sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A mensagem e o mensageiro

Finalmente um capítulo realmente interessante, o sexto, e a razão é porque não trata estritamente de AI, mas de teoria da informação. Hofstadter parte da pergunta clássica: uma mensagem tem significado em si mesma ou seu significado precisa ser definido por um contexto? Qualquer resposta categórica, para um lado ou para o outro, envolve paradoxos.

Se tiver significado em si mesmo, está postulada um padrão universal de linguagem.

Se não tiver, você precisa enviar o contexto ao receptor da mensagem, o que também seria uma mensagem e assim por diante.

Uma resposta possível é abandonar uma teoria estritamente formal de mensagem e passar a entendê-la de forma mais global. Dando um exemplo, uma molécula de DNA só envia uma mensagem se estiver em um meio bioquímico próprio; um programa de computador só opera se o computador for ligado e cumprir certas operações eletro-mecânicas. Ou seja, é preciso que exista algo no hardware do universo para que as mensagens sejam lidas. Em termos práticos, para ler uma mensagem é preciso que o receptor receba também uma mensagem informando que aquilo é uma mensagem e como deverá ser lida.

Nesse sentido, um dos mecanismos mais óbvios de produzir um contexto em que essas várias formas de mensagem sejam enviadas e decodificadas são os padrões, as regularidades, etc. Pois bem, quem é o compositor dos padrões, das regularidades, das mensagens auto-referentes?

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