sábado, 8 de janeiro de 2011

Reação humanista diante da polifonia

Nesse breve texto, Palisca trata de outro aspecto da crítica humanista à música medieval. Após tratar os modos como conceitos obsoletos, ela voltou sua atenção à música polifônica. Os argumentos são familiares e espelham fórmulas que veremos a partir de meados do século XVIII:

1. a polifonia seria excessivamente complexa e elaborada para o culto de Deus. Seria um desvario, às vezes intelectual demais, às vezes sensual demais, ofensivo à seriedade do culto religioso;

2. a competição religiosa com as práticas da Reforma - o canto congregacional - lembrava ao mundo católico que a música deveria estar ao alcance do fiel;

3. O uso de melodias seculares era censurável;

4. Era evidente que tão elaboração não obedecia aos padrões da Antiguidade, sendo condenada por parte dos humanistas.

Nesse ponto, Palisca lembra, o público envolvido na discussão pública sobre música já deixara o círculo dos musicistas e dos intelectuais e professores ligados mais diretamente à teoria, para envolver uma primeira forma de crítica musical.

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