quinta-feira, 1 de julho de 2010

Da posição de um livro na biblioteca

Como seria de se esperar em uma obra de sua época (1945), Hans Theodore David parte do relato historicamente convencional, construído em torno do material publicado pela biografia de Forkel. Não há qualquer leitura ambígua que se aproxime das hipóteses do livro do Gaines (The Evening inf the Palace of Reason), limitando-se ao registro convencional da estrutura tripartida e as dificuldades de se compreender a diversidade editorial da apresentação da obra.

O autor é observador o suficiente para evitar certas armadilhas. O silêncio real sobre a Oferenda nada tem de especialmente significativo. Não era comum, para monarcas, responderem formalmente ao recebimento de obras dedicadas; também não era necessário estar nas contas da corte para que tenha havido um pagamento. Não há porque se deduzir que a obra foi ignorada (ou apreciada) por Frederico, que a destinou à bibliteca da princesa Amélia, uma musicista não desprezível.

De todo modo, uma obra dedicada ao contraponto, enigmática e não convencional certamente não seria prioridade para Frederico II. O aspecto biográfico mais relevante é que, perto do fim da vida, Frederico ainda recordava do tema, do encontro em Potsdan e do "velho Bach".


Tema régio (1747)

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