quinta-feira, 1 de julho de 2010

Espaços métricos

No capítulo II, David trata do Tema Régio sem maior especulação sobre sua origem e nota, ao contrário de observações recentes, que favorece o tratamento contrapontístico. Ele expõe também, de forma preparatória, a organização geral da Oferenda: (i) o Ricercare a 3; (ii a vi) cinco cânones (sem a presença do tema como "parte"); (vii) O Trio Sonata; (viii a xii) mais cinco cânones (com o tema como parte); e (xiii) o Ricercare a 6 vozes. Também é trivial o registro de sua simetria (ainda que o número de cinco cânones sugira alguma estranheza), articulada com a complexidade progressiva.

É no capítulo III que David apresenta uma descrição individual das peças. Tomando como suposto o conhecimento geral do que é um cânone, uma sonata ou uma fuga (um ricercare é nada mais do que isso...), sua exposição começa pelos cânones (todos são "a 2").

No primeiro grupo:
ii. Cânone na oitava dupla (perpétuo);
iii. Cânone em uníssono;
iv. Cânone em movimento contrário;
v. Cânone por "aumentação" e movimento contrário;
vi. Cânone por modulação (completando um círculo de quintas).

No segundo grupo:
viii. Cânone em espelho;
ix. Cânone do "caranguejo";
x. Cânone em movimento contrário;
xi. Cânone a 4
xii. Fuga canônica.

Note-se que, no primeiro grupo, todos os cânones são construídos sobre uma medida de "distância" entre as partes: a dupla oitava, o uníssono, o movimento contrário (a distância "interna" entre as notas), o movimento contrário com aumentação (a distância interna entre as notas, mais a distância entre as quantidades das notas), concluíndo com o cânone por modulação (distância entre as tonalidades possíveis).



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