quinta-feira, 8 de julho de 2010

Sem bater mais forte nas teclas

O capítulo VI trata da interpretação da Oferenda e as observações de David  - o livro, na verdade, é a peça introdutória de sua edição da partitura - são muito interessantes.

Sobre o tempo: mais uma vez, apenas os movimentos da sonata têm indicação de tempo. As demais peças seguem por conta do executante, ainda que as indicações dominantes sejam 2/2 e 4/4 (mais o primeiro). David invoca também o testemunho de Forkel, que sugere a preferência de Bach por tempos rápidos. Na prática, ele sugere que o tempo deve ser escolhido em função dos mesmos fatores determinantes na escolha da instrumentação: depende do que se quer realçar e com qual combinação de instrumentos.

O mesmo vale, em menor medida, para a dinâmica. Nesse caso, David recomenda um estudo das práticas barrocas (pág 61) e o completo abandono das sugestões românticas. Lembra ele que o compositor distinguia os momentos especiais de suas composições por figuras melódicas e harmônicas e não batendo mais forte nas teclas*.

Em suma, David sugere estudo, estudo e estudo, pois mesmo a Oferenda foi iniciada em um pianoforte e com a intenção de emular a música galante. O intérprete estaria autorizado a imaginar mudanças de sonoridade aqui e ali.

* uma pequena nota pessoal: como eu gosto de Bach...

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